8/27/2006

Um novo teste se aproxima

Depois das chuvas que atingiram Portugal durante alguns dias a meio deste mês, estamos quase a atingir a segunda semana sem precipitação. As temperaturas têm estado relativamente amenas para esta época do ano, com excepção do sul do país e a parte sul da Beira Interior. De acordo com as previsões meteorológicas para os próximos dias (sempre falíveis, sobretudo com mais de 72 horas), o tempo será quente e seco, com excepção da faixa Minho-Beira Litoral. Isto para dizer que novo teste se aproxima...

Aliás, convém salientar que, se é certo que dificilmente se chegará aos anos catastróficos de 2003 e 2005 – quase impossível, fisicamente, de ocorrer já, por as extensas áreas então dizimadas estarem em «pousio», imunes aos fogos –, uma retrospectiva ao passado mostra que Setembro, e mesmo a primeira quinzena de Outubro, podem contribuir para aumentar significativamente a destruição. Com efeito, nos anos de 2000, 2001 e 2003, as chamas devastaram, durante este período, uma área na casa dos 40 mil hectares. No ano passado atingiu os 36 mil hectares. Nos anos de 2002 e 2004, o final do Verão e início de Outono foi mais benigno, devido às chuvas, tendo ardido 6,7 mil e 15 mil hectares, respectivamente.

O próximo mês será assim crucial para confirmar se o Governo conseguirá, pela primeira vez desde 1999, que o país arda menos de 100 mil hectares – um valor que, aliás, se encontra como referência no recém aprovado Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios.

No entanto, os números da área ardida que serão, previsivelmente, apresentados em Outubro estarão ainda sujeitos a rectificações, pois por norma pecam por defeito. Por exemplo, no ano passado os primeiros valores apontavam para uma área ardida de 294 mil hectares. Com o avançar dos meses, sucessivas rectificações fizeram este número subir para os 338 mil hectares, ou seja, um acréscimo de 15%.

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