Avaliação - dia III e IV
Estamos no quarto dia de verdadeiro tempo quente e seco e convenhamos que os sinais que indiciam um ano catastrófico (para mim, é tudo o que seja superior a 100 mil hectares) são já preocupantes. É certo que ainda - e repito, ainda - não temos fogos de vários dias (poucos têm ultrapassado as 24 horas), mas isso não surpreende e não é motivo para se dizer que há mais eficácia na acção dos bombeiros: um fogo de vários dias «necessita» de extensão florestal e, como se sabe, isso começa a rarear em Portugal. Se nos últimos três anos ardeu 900 mil hectares - grande parte devido à devastação de zonas contínuas -, claro que isso contribui muito para que não haja incêndios de vários dias. Mesmo assim já devemos contar com vários incêndios com mais de 1.000 hectares...
Mas, mais importante e preocupante, é constatar que as zonas que estão a ser mais flageladas actualmente nem sequer eram muito incendiáveis em anos anteriores. Ontem estive a ver que dos 12 concelhos que tinham à noite fogos activos, a esmagadora maioria ardeu relativamente pouco nos últimos 15 anos. Dé entre esses 12, temos 9 concelhos que nem sequer ocupam os 100 primeiros lugares na lista dos mais incendiáveis. O que significa isto? Significa que os concelhos mais incendiáveis não ardem porque pouco têm já para arder e que nem sequer se está a registar eficácia no combate nos concelhos que nem costumavam arder.
Esta tarde, em relação aos seis concelhos que tinham fogos não circunscritos torna-se evidente que eram, teoricamente, pouco incendiáveis: relativamente à destruição pelo fogo desde 1990, Braga (ocupa o 123º lugar), Estremoz (272º), Almeida (58º), Valongo (61º), Ourém (63º), Paredes de Coura (41º) e Montalegre (101º). Ou seja, como se vê, o que anda a arder não era suposto estar a arder; e só não arde aquilo que era suposto arder porque foi dizimado em anos anteriores. Em suma, não vislumbro qualquer eficácia, pelo contrário há fortes sinais de preocupação. E isto infelizmente somente vai no início...
Nota 1 - A serra de Ossa vai ser dizimada em menos de um dia (previsão)
Nota 2 - Impressionante a quantidade de incêndios de alguma dimensão que tem estado a atingir o Parque Natural da Peneda-Gerês. Mas isso pouco importa - o que interessa, como se tem visto nos discursos oficiais e é a única preocupação da imprensa, é que não ardam casas. Mesmo se essas casas nada fizeram em termos de limpezas em redor...
Estamos no quarto dia de verdadeiro tempo quente e seco e convenhamos que os sinais que indiciam um ano catastrófico (para mim, é tudo o que seja superior a 100 mil hectares) são já preocupantes. É certo que ainda - e repito, ainda - não temos fogos de vários dias (poucos têm ultrapassado as 24 horas), mas isso não surpreende e não é motivo para se dizer que há mais eficácia na acção dos bombeiros: um fogo de vários dias «necessita» de extensão florestal e, como se sabe, isso começa a rarear em Portugal. Se nos últimos três anos ardeu 900 mil hectares - grande parte devido à devastação de zonas contínuas -, claro que isso contribui muito para que não haja incêndios de vários dias. Mesmo assim já devemos contar com vários incêndios com mais de 1.000 hectares...
Mas, mais importante e preocupante, é constatar que as zonas que estão a ser mais flageladas actualmente nem sequer eram muito incendiáveis em anos anteriores. Ontem estive a ver que dos 12 concelhos que tinham à noite fogos activos, a esmagadora maioria ardeu relativamente pouco nos últimos 15 anos. Dé entre esses 12, temos 9 concelhos que nem sequer ocupam os 100 primeiros lugares na lista dos mais incendiáveis. O que significa isto? Significa que os concelhos mais incendiáveis não ardem porque pouco têm já para arder e que nem sequer se está a registar eficácia no combate nos concelhos que nem costumavam arder.
Esta tarde, em relação aos seis concelhos que tinham fogos não circunscritos torna-se evidente que eram, teoricamente, pouco incendiáveis: relativamente à destruição pelo fogo desde 1990, Braga (ocupa o 123º lugar), Estremoz (272º), Almeida (58º), Valongo (61º), Ourém (63º), Paredes de Coura (41º) e Montalegre (101º). Ou seja, como se vê, o que anda a arder não era suposto estar a arder; e só não arde aquilo que era suposto arder porque foi dizimado em anos anteriores. Em suma, não vislumbro qualquer eficácia, pelo contrário há fortes sinais de preocupação. E isto infelizmente somente vai no início...
Nota 1 - A serra de Ossa vai ser dizimada em menos de um dia (previsão)
Nota 2 - Impressionante a quantidade de incêndios de alguma dimensão que tem estado a atingir o Parque Natural da Peneda-Gerês. Mas isso pouco importa - o que interessa, como se tem visto nos discursos oficiais e é a única preocupação da imprensa, é que não ardam casas. Mesmo se essas casas nada fizeram em termos de limpezas em redor...
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