8/04/2006

A falácia dos meses excepcionais

O relatório apresentado ontem pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais continua a insistir, implicitamente, no erro de atirar foguetes antes da festa. Mesmo tendo-se «esquecido» de meter pelo menos dois incêndios importantes (Vale de Cambra e Serpa), os cerca de 12 mil hectares ardidos até ao final do mês de Julho não se pode considerar como um «ano excepcional», como titula a imprensa por via dessas informações oficiais. O único facto «excepcional», a ter existido, foi o facto de o mês de Julho ter sido favorável por ter chovido.

Continuo a insistir que é um erro crasso fazer este tipo de comparações a meio do «jogo». porque todos os anos há meses calmos e meses infernais. Por exemplo, em 2003, Julho tinha sido calmo, Agosto infernal. Já em 2004, Julho ardeu bastante, em Agosto quase nada (ardeu cerca de 5 mil hectares, porque chouveu bastante...). E os exemplos poderiam ser mais.

Este final de semana por certo nos irá, infelizmente,fazer descer à terra. E mostrar que os problemas estruturais que existem há anos - e que não foram modificadas pelas operações de cosmética deste Governo - se mantêm.O rei vai nu e é pena que se continue sem abrir os olhos.



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