9/02/2006

Dois exemplos para uma avaliação

No meu livro, defendi a necessidade de avaliação das operações de combate aos incêndios florestais não apenas para detectar o que corre mal, mas também o que corre bem, para que se possa aprender com o mal e com o bem. Ora, nos últimos tempos tenho constatado que no distrito de Castelo Branco se verifica uma capacidade extraordinária de mobilização de meios (sobretudo aéreos) que fazem com que os incêndios quase nunca ultrapassam as seis horas. É certo que esta estratégia de ataque massivo tem um custo elevado (por exemplo, ainda ontem num incêndio em Vila velha de Ródão chegaram a estar 10 meios aéreos), mas provavelmente, nas actuais circunstâncias, é a única hipótese que aquela região tem de não sofrer incêndios dantescos.

Ao invés, noutras regiões continua-se a brincar com o fogo. Por exemplo, esta noite (escrevo às 00h30) está a lavrar um incêndio em Vila Verde, numa zona a sul da serra do Soajo desde as 14h51 de ontem. Durante toda a tarde estiveram cerca de 20 bombeiros. Agora, estão 38 homens e 10 veículos, com a presença já do comandante distrital. Ou seja, durante uma tardde deixou-se o fogo andar a crescer. E há alguém responsável por isso, certamente.

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