Eduardo Cintra Torres, na sua crónica habitual de domingo no Público, consegue aprofundar e clarificar de uma forma indesmentível o seu polémico artigo onde denunciava a censura e as pressões governamentais sobre a RTP em relação à cobertura noticiosa dos incêndios.
Eu tinha apontado aqui que via um erro na primeira crónica de ECT: analisara apenas a cobertura num dia (12 de Agosto). Ora, hoje ele apresenta uma análise mais detalhada de um período mais longo e, sem dúvida, fez muitíssimo bem, porque confirma com números que a RTP menorizou claramente esta questão. Mas ele introduz também uma comprometedora actuação da Direcção de Informação da RTP quando pretendeu mostrar o «serviço» do Governo. Passo a citar:
«No dia 15 os incêndios já tinham abrandado. O alerta passara de laranja a amarelo no domingo, 13, e a azul na terça, 15. Nesse dia, o Telejornal como que resumia a sua política editorial na semana em que, segundo esse mesmo noticiário, tinha ocorrido um terço dos incêndios do ano. Foi o dia em que o ministro António Costa foi a Carnaxide receber os bombeiros que estiveram na Galiza. Os três canais fizeram directos ao local. A entrevista da SIC em directo ao ministro teve uma duração de 2m23s. A da TVI durou 2m34s. O Telejornal deu ao ministro em directo 6m36s. Depois de quase duas semanas dedicando aos incêndios menos ou muito menos atenção que os privados, o Telejornal (da RTP) deu 2,5 vezes mais tempo ao representante do Governo».
Ou seja, houve uma clara intenção da RTP em fazer «desaparecer» os fogos em Portugal e mostrar que tanto assim seria que o nosso Governo até tinha tido um papel de bom samaritano por ajudar os «desgraçados» galegos. E não deixa de ser curioso que, como já referi, em termos proporcionais, os fogos deste Verão foram mais destrutivos no Minho do que na Galiza (5% contra 3% da área afectada).
Este artigo de ECT deveria, portanto, merecer um esclarecimento da Direcção de Informação da RTP. Mas duvido que isso aconteça. Afinal, estamos em Portugal.
Eu tinha apontado aqui que via um erro na primeira crónica de ECT: analisara apenas a cobertura num dia (12 de Agosto). Ora, hoje ele apresenta uma análise mais detalhada de um período mais longo e, sem dúvida, fez muitíssimo bem, porque confirma com números que a RTP menorizou claramente esta questão. Mas ele introduz também uma comprometedora actuação da Direcção de Informação da RTP quando pretendeu mostrar o «serviço» do Governo. Passo a citar:
«No dia 15 os incêndios já tinham abrandado. O alerta passara de laranja a amarelo no domingo, 13, e a azul na terça, 15. Nesse dia, o Telejornal como que resumia a sua política editorial na semana em que, segundo esse mesmo noticiário, tinha ocorrido um terço dos incêndios do ano. Foi o dia em que o ministro António Costa foi a Carnaxide receber os bombeiros que estiveram na Galiza. Os três canais fizeram directos ao local. A entrevista da SIC em directo ao ministro teve uma duração de 2m23s. A da TVI durou 2m34s. O Telejornal deu ao ministro em directo 6m36s. Depois de quase duas semanas dedicando aos incêndios menos ou muito menos atenção que os privados, o Telejornal (da RTP) deu 2,5 vezes mais tempo ao representante do Governo».
Ou seja, houve uma clara intenção da RTP em fazer «desaparecer» os fogos em Portugal e mostrar que tanto assim seria que o nosso Governo até tinha tido um papel de bom samaritano por ajudar os «desgraçados» galegos. E não deixa de ser curioso que, como já referi, em termos proporcionais, os fogos deste Verão foram mais destrutivos no Minho do que na Galiza (5% contra 3% da área afectada).
Este artigo de ECT deveria, portanto, merecer um esclarecimento da Direcção de Informação da RTP. Mas duvido que isso aconteça. Afinal, estamos em Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário