9/28/2006

Um faz, outro vê - ou como Espanha é diferente de Portugal

Julgo que o rei espanhol Juan Carlos não foi à Galiza, mas o presidente da República português, Cavaco Silva, foi ao Parque Nacional da Peneda-Gêres. Ou seja, o espanhol não se deu ao incómodo de se deslocar às zonas afectadas por incêndios, o português foi em peregrinação às zonas dizimadas.

Porém, o espanhol assinou no dia 28 de Agosto este decreto-real para apoio financeiro à Galiza, enquanto o português não mexeu uma palha para que os pastores do PNPG tenham sequer dinheiro para comprar palha para o gado, preferindo fazer um discurso delicodoce. Diferenças ibéricas, portanto...

Nota: A propósito, o decreto-real espanhol para a Galiza estipula apoios - bastante vastos e estabelecendo montantes precisos, que foram logo «escalpelizados» por ser seis diplomas do Governo da Galiza (ver aqui) - em qualquer uma das seguintes circunstâncias:
  • áreas afectadas superiores a 5.000 hectares
  • áreas afectadas superiores a 1.000 hectares, desde que mais de 70% da área fosse constituída por floresta
  • áreas afectadas superiores a 500 hectares que estejam em Rede Natura, desde que os munícipios tenham mais de 50% do seu território integrados nestas áreas protegidas com estatuto europeu.
Será que em Portugal, neste ano em que «o Governo está de parabéns» não há zonas afectadas que cumpram aqueles requisitos? Claro que sim! Olhando para o relatório da DGRF, identifica-se logo oitos zonas em que se cumpre um dos dois primeiros critérios. E o Governo que «está de parabéns» vai dar algum apoio? Claro que não!

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