Aqui (Lusa), aqui (Visão), aqui (TSF), aqui (Portugal Diário), aqui (RTP) - e é apenas uma amostra - pode-se recordar as palavras do ministro da Administração Interna a destacar o excessivo número de fogos na segunda semana de Agosto, com vários dias com mais de 500 ocorrências. No dia 13 de Agosto, o Correio da Manhã referia mesmo que o dia 11 tinha sido o «que registou maior número de incêndios florestais: 579 fogos». Na generalidade das notícias, o ministro referia-se ao número elevado de ignições para sublinhar o «esforço extraordinário» das equipas de combate, pois conseguiram que «nunca houvesse mais de 27 incêndios por dia para circunscrever». O ministro da Administração Interna destacava também que «a média de ignições foi claramente superior, mas os danos claramente inferiores».
No dia 21 de Agosto publiquei aqui no blog um post intitulado «Chuva de fogachos esconde deficiências» em que mostrava como existiam fortes indícios de «manipulação» nas estatísticas. Não consegui publicar a notícia na imprensa.
Ontem, no relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, há uma nota de rodapé que refere o seguinte: «O número de ocorrências apurado face ao último relatório sofreu entretanto uma actualização, em virtude da eliminação de um conjunto de falsos alarmes inicialmente contabilizados como ocorrências florestais».
Fui ver a dimensão dessa «eliminação». Pois bem: «o conjunto de falsos alarmes» (pressupondo que só ocorreram a partir de dia 16, dado que na segunda quinzena de Agosto houve, em cada dia, entre 11 e 206 fogos) representaram 1.109 ocorrências. Ou seja, em vez de 6.805 fogos na primeira quinzena, tivemos 5696; portanto um forjado incremento de 19,5% aquando do relatório de há duas semanas. Isto significa portanto que, garantidamente, poucos foram os dias da primeira quinzena de Agosto com mais de 400 fogos e nenhum ultrapasou as 500 ocorrências; portanto não houve qualquer excesso de fogos durante a primeira quinzena de Agosto. E, claro, estou a incluir os tais fogos com menos de 100 metros quadrados (e mesmo com 1 metro quadrado), que em 2005, conforme comprovei no meu livro, representaram cerca de 28% das ocorrências totais oficialmente contabilizadas. E este ano veremos quantos são...
Enfim, estamos no país do vale-tudo. E à descarada! Há muito tempo que não via tamanha manipulação governamental, em conluio com as entidades técnicas da Administração Pública. E com a comunicação social, quase em coro, a cair na esparrela, tanto mais que quase aposto - a menos que entretanto leiam este blog e se insurjam - que agora nenhuma destacará esta desavergonhada manipulação.
Nota: Provavelmente, hoje, mais tarde, apresentarei aqui mais algumas avaliações. Nem todas são a destacar aspectos negativos. Na verdade, como já tinha aqui destacado, parece-me bastante interessante a situação em Castelo Branco. Mas noutros distritos, este está a ser um dos três piores anos de sempre.
No dia 21 de Agosto publiquei aqui no blog um post intitulado «Chuva de fogachos esconde deficiências» em que mostrava como existiam fortes indícios de «manipulação» nas estatísticas. Não consegui publicar a notícia na imprensa.
Ontem, no relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, há uma nota de rodapé que refere o seguinte: «O número de ocorrências apurado face ao último relatório sofreu entretanto uma actualização, em virtude da eliminação de um conjunto de falsos alarmes inicialmente contabilizados como ocorrências florestais».
Fui ver a dimensão dessa «eliminação». Pois bem: «o conjunto de falsos alarmes» (pressupondo que só ocorreram a partir de dia 16, dado que na segunda quinzena de Agosto houve, em cada dia, entre 11 e 206 fogos) representaram 1.109 ocorrências. Ou seja, em vez de 6.805 fogos na primeira quinzena, tivemos 5696; portanto um forjado incremento de 19,5% aquando do relatório de há duas semanas. Isto significa portanto que, garantidamente, poucos foram os dias da primeira quinzena de Agosto com mais de 400 fogos e nenhum ultrapasou as 500 ocorrências; portanto não houve qualquer excesso de fogos durante a primeira quinzena de Agosto. E, claro, estou a incluir os tais fogos com menos de 100 metros quadrados (e mesmo com 1 metro quadrado), que em 2005, conforme comprovei no meu livro, representaram cerca de 28% das ocorrências totais oficialmente contabilizadas. E este ano veremos quantos são...
Enfim, estamos no país do vale-tudo. E à descarada! Há muito tempo que não via tamanha manipulação governamental, em conluio com as entidades técnicas da Administração Pública. E com a comunicação social, quase em coro, a cair na esparrela, tanto mais que quase aposto - a menos que entretanto leiam este blog e se insurjam - que agora nenhuma destacará esta desavergonhada manipulação.
Nota: Provavelmente, hoje, mais tarde, apresentarei aqui mais algumas avaliações. Nem todas são a destacar aspectos negativos. Na verdade, como já tinha aqui destacado, parece-me bastante interessante a situação em Castelo Branco. Mas noutros distritos, este está a ser um dos três piores anos de sempre.
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