2/04/2004

Farpas Verdes XX

Continua activo o lobby da incineração no Ministério do Ambiente. Hoje o secretário de Estado do Ambiente surge a criticar a Quercus por fazer uma campanha de desinformação, pelo simples facto desta associação ter elaborado uns cálculos simples, provando que aquele processo é mais caro do que as outras soluções mais convencionais.

Julgo que a questão da incineração pode e deve ser atacada também pela parte económica, pois construir uma incineração naquela região é economicamente um disparate. Se não construção de centrais nas Áreas Metropolitanas eu ainda vejo uma réstea de argumentos a favor, numa região com a dos distritos de Aveiro e Coimbra não vislumbro um sequer.

Mas o maior disparate é do ponto de vista ambiental e de qualidade de vida das populações. E também é um disparate a atitude deste Governo: tanto atacou a co-incineração - penso que por motivos ambientais, ou terá sido apenas por motivos eleitoralistas? - e agora quer à força construir uma central de queima de lixos urbanos que, em termos absolutos, poluirá mais do que a queima de resíduos numa cimenteira.

Há também um outro aspecto curioso nas declarações de José Eduardo Martins em comparação com o seu ministro. Enquanto Theias tem um discurso incompreensível, o seu secretário de Estado adora floreados verbais. Diz ele que o limite do Governo "não é todo o tipo de sonho, mas a realidade". Pois eu digo que o problema com este Ministério do Ambiente, nesta e em outras matérias, não será a incapacidade de concretizar os sonhos, mas sim mostrar-nos uma realidade, que se transforma rapidamente em pesadelo.

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