2/26/2004

À Margem Ambiental XXIII

Na leitura do Ondas, reparei numa notícia de segunda-feira passada em que o director do Parque Natural da Peneda-Gerês defenda a substituição do regime indemnizatório dos ataques dos lobos aos rebanhos por um subsídio ao agricultor para que este execute um "serviço ambiental" de protecção do seu rebanho. Alega o director do PNPG que existem sinais de fraude e de desleixo, apontando os exemplos de animais doentes ou velhos que são abandonados para serem atacados.

Acredito que tais situações acontecem, tal como acontecem fraudes noutros sítios, em que até é mais fácil detectar e apanhar os culpados. Mas este caso tem de ser gerido com alguma ponderação. Não conhecendo os números das eventuais fraudes, penso que se poderia implementar um sistema misto. Ou seja, por ano, cada agricultor receberia antecipadamente, à cabeça, uma determinada verba - que correspondesse ao valor de um número X de animais mortos pelos lobos, número esse que teria em conta o efectivo que detivesse. Se não tivesse animais mortos, ficaria com o dinheiro. Se não morressem tantos como os que a verba que recebera, ficava com o remanescente. Se, ao invés, fosse desleixado e deixasse os seus animais serem atacados pelo lobo, assumia então a perda desse excesso.

Penso que seria uma proposta equilibrada. Pois, caso contrário, poderemos ter efeitos bastante contraproducentes. É apenas um aviso.

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