2/10/2004

Farpas Verdes XXIII

Carlos Encarnação, candidato a presidente da autarquia de Coimbra em finais de 2001, prometeu, entre outras coisas, que não aceitaria nunca a co-incineração na cimenteira de Souselas. A razão, dizia, era simples: motivos ecológicos e de qualidade de vida.

Vencidas as eleições e "enterrada" a co-incineração, o mesmo Carlos Encarnação, agora presidente da autarquia de Coimbra, disse hoje que não aceita a incineração de lixos urbanos na região Centro. A razão, diz, é simples: quer que o Estado assegure metade do valor previsto para a obra. Depois acrescenta que "a componente ambiental é importantíssima mas tem de ser gerida com outras". Ou seja, Carlos Encarnação rejeita uma solução, que até era menos poluentes (a co-incineração) - embora as causas para a sua rejeição se compreendam -, mas aceita agora uma outra solução para os lixos urbanos que, além de desnecessária (por haver alternativas mais válidas economica e ambientalmente falando - será mais poluente.

Sobre esta matérias estamos conversados, Dr. Carlos Encarnação: se lhe derem dinheiro, os motivos ecológicos e de qualidade de vida bem que podem ser esquecidos. Afinal, a expressão "coerência" já há muito que não consta do léxico dos nossos políticos...

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